Sobre a

Coletividade Helênica de São Paulo

Nossa História

Até meados da década de 30, os gregos da América do Sul viviam praticamente isolados em suas cidades.

Em São Paulo, os gregos tinham como ponto de encontro a Igreja Ortodoxa Síria da rua Basílio Jafet, na região da 25 de Março. Desse grupo de gregos, a maioria vindo da Ásia Menor, surge a Coletividade Helênica de São Paulo. O Sr. Abrão Jorge Nasser foi o primeiro presidente da entidade. A carta enviada em 31 de março de 1937 pela coletividade grega ao embaixador Vassilios Dendramis, comunica a eleição da 1ª diretoria em 14/03/1937. Essa história foi contada pelo próprio Sr. Abrão no seguinte trecho;

“Nós não tínhamos catedral, tínhamos a igreja síria na rua Itobí, a qual hoje se chama, Basílio Jafet. Dia de Páscoa, dia santo para os ortodoxos, todos os gregos apareciam por lá. Nós fazíamos uma turma, cada um se conhecia, batia um papo. Um dia, eu disse: de vez em quando, vamos nos reunir, conhecer uns aos outros, fazer amizades, porque pela situação mundial, parece que veremos muitos gregos por aqui.
Era por volta de 1936. A guerra estourou em 1939. Olha! Disseram: que boa ideia! Vamos fazer uma sociedade para proteger, se alguém precisar. Preparar para o futuro. Será útil para a colônia. Aqui tinha em torno de 100 famílias. No fundo da igreja havia um grande salão. Eles permitiam que a gente se reunisse lá. Conversa vem, conversa vai, eu vi que existiam três classes de pensamento; um dizia que fulano era comunista, não queremos entrar, outro dizia que o sujeito tinha má origem, outro não sei o quê… Então eu disse: olha aqui, todo mundo tem direito de ter suas ideias, seus costumes, seus hábitos, por que nós queremos fazer essa sociedade? Querem me responder? Nós queremos o bem da colônia. Vamos fazer uma sociedade grega, e nós teremos um Estatuto, lógico, reconhecido pelo governo, tudo direito. Agora não podemos ter divergências, só depois do Estatuto. Alguns aceitaram, outros não concordaram.
Então nós marcamos a segunda reunião. Dessa vez era para definir quem seria presidente. Discussão pra cá, discussão pra lá… um queria o Sr. Nicolau Zarvos, que era um homem riquíssimo naquela época, o outro queria o Sr. Leônidas, um rapaz muito inteligente. Alguém levantou e disse: o único que pode ser nosso presidente, é o Sr. Abrão Jorge Nasser! Então eu disse: olha, eu não falo grego e o meu sobrenome é árabe, acho que não. Nós queremos que você seja presidente. Eu vi que não aconteceria, não tinha jeito da minha ideia dar resultado, se não aceitar. Aceitei, com a condição de permanecer somente um ano. Eu faço tudo, depois entrego a vocês. No dia que houve a eleição, havia em torno de 70 pessoas. Quase 80, 90% me elegeram. Concorreram mais duas chapas: a do Sr. Nicolau Zarvos e a chapa do Sr. Christos Angelides.” (Abrão Jorge Nasser)

Um ano mais tarde, entretanto, com a edição do Decreto-Lei nº 383, pelo governo ditatorial de Getúlio Vargas, que regulava as atividades e as sociedades estrangeiras no país, proibindo aos brasileiros de fazerem parte de associações de cunho estrangeiro, sendo assim, ele renunciou ao cargo. Foi substituído interinamente pelo Sr. Pedro Papazanakis. Após cerca de 15 anos, em 1952, com a intenção crescente de construção de uma igreja própria, e consequente necessidade de uma organização jurídica para isso, cria-se a “Coletividade Helênica de São Paulo” com seu formato mais próximo do atual. Poucos anos depois, o Sr. Pedro Papazanakis, adquire um imóvel vizinho ao seu, na Rua Bresser, no. 793, dos familiares de sua esposa, e o doa para a construção de uma igreja para os gregos de São Paulo, assim como, da sede de sua entidade. Com a dedicação e esforço de muitas famílias gregas, a igreja é construída aos poucos e depois de anos de inesquecível fraternidade entre ortodoxos de outras nacionalidades, os gregos passam então a ter um local próprio para dedicar sua fé. A localidade era propícia, já que era próxima dos dois bairros onde os gregos daquela época mais se concentravam, Brás e Bom Retiro. Em 1966, ainda com o esforço abnegado de diversas famílias gregas, a Coletividade Helênica de São Paulo inaugura sua escola, o Instituto Educacional Ateniense (IEA), na alameda Gabriel Monteiro da Silva, mais tarde, em 1991, se transferindo para a rua Santa Rita, no Pari. Mais recentemente, atendendo aos objetivos do seu próprio Estatuto, e em decisão do Conselho Deliberativo, a Coletividade Helênica, encerrou as atividades escolares no formato “ensino básico e fundamental” e passou a focar com mais ênfase no ensino da língua grega para os descendentes e interessados.

Atualmente a Coletividade Helênica representa os interesses de seus associados, gregos, descendentes, filo-helenos e interessados na manutenção e promoção das diversas facetas da cultura grega, junto à sociedade paulistana, em geral na forma de aulas, palestras, eventos e festividades, ligados à língua, dança, música, religião, gastronomia, história, valores gregos e muitas outras frentes.

Alguns trechos foram retirados do livro “Guardiões das Lembranças” escrito por Vassiliki Constantinidou.

Instituto Educacional Ateniense

Como é conhecido, a maioria dos imigrantes gregos chegaram em São Paulo, por volta dos anos 50.

Com a doação do terreno, pelo Sr. Pedro Papazanakis, logo construímos nossa igreja, e a sede da coletividade, na rua Bresser, no bairro do Brás. Com o passar dos anos, nossa comunidade aumentou e com ela, viu-se a necessidade e vontade de ensinar aos nossos filhos brasileiros, além dos costumes, a língua grega. Assim, nos anos 60, o presidente da Coletividade Helênica de São Paulo na época, Sr. Pissalas, criou as primeiras aulas de grego, convidando a Sra. Helena Tzermia, professora formada na Grécia, para ministrá-las, em início, por dois anos, 1964 e 65, usando a sede da nossa coletividade, e  em seguida mudando para a alameda Campinas. No ano de 68, o Sr. Emmanuel Anargyrou, participou de um congresso no hotel Hilton em Atenas, com mais de 700 participantes, assim teve a oportunidade de criar amizade com o arcebispo e convidá-lo para nos visitar em São Paulo. No ano seguinte, em 1969, na época, o cônsul, Sr. Spiridon Doukianos, juntamente com o arcebispo Lacovos, e seus auxiliares, chegaram em São Paulo, no aeroporto de Congonhas, onde foram recebidos pelas autoridades gregas. Ainda na pista de desembarque, perguntou ao Sr. Anargyrou, qual era o motivo de seu convite, e de que precisávamos. Prontamente lhe foi informado que nossa escola estava em um prédio alugado e que poderia aproveitar, no jantar, em sua homenagem, no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, para solicitar aos presentes , sua contribuição para podermos comprar um imóvel para sede de nossa escola. Com a contribuição e insistência de alguns membros de nossa coletividade, fundamos o IEA (Instituto Educacional Ateniense) com imóvel próprio, localizado então, na avenida Gabriel Monteiro da Silva.   

Posteriormente o IEA mudou de endereço e foi para a Rua Santa Rita no Pari. Com a doação de parte do imóvel feita pelo Sr. Stlilianos Nikiforos e a outra parte adquirida com a contribuição de vários personagens da nossa colônia.

O Ateniense existiu como escola de ensino fundamental e médio até o ano de 2013, quando encerrou suas atividades após decisão do Conselho Deliberativo da CHSP, por não estar mais servindo suas funções iniciais que era o ensino da língua grega aos filhos dos gregos aqui residentes.

Hoje a Coletividade mantem cursos de lingua grega no formato presencial e a distância.




No que acreditamos

Nossa
Missão, visão e valores

Nossa Missão

A Missão da Coletividade Helênica de São Paulo tem caráter, cívico, religioso, filantrópico, beneficente, cultural e recreativo, agregando seus associados em torno de um ideal comum, mantendo e difundindo os costumes, a moralidade, cultura, a história e tradição helênica.

Nossa Visão

Ser referência nacional em assuntos ligados à preservação das tradições helênicas, no âmbito cívico, religioso, recreativo, idioma, e da cultura, através da convivência entre gregos, descendentes, filo-helenos e simpatizantes da cultura e tradição grega.

Nossos Valores

Ética, respeito, resiliência em busca de seus ideais e transparência, moral religiosa cristã, perdão e caridade, que dão vida à cultura helênica moderna criando o senso de pertencimento à cultura grega.

diretoria executiva

Diretoria Eleita para o biênio 2023-2024

  • Presidente: Caterina Teodoro Daris
  • 1º Vice-Presidente: Christos Andreas Kritselis
  • 2º Vice-Presidente: Leandro Sotiropoulos
  • 1ª Secretária: Catherine Jean Dimitriadou
  • 2º Secretária: Matina Krystalas
  • 1º Tesoureiro: Victor Caralambos Gabriades
  • 2ª Tesoureira: Panagiotis Vassilios Xylaras
  • Diretora Cultural: Matina Krystalas
  • Diretora Social: Catherine Jean Dimitriadou
  • Diretor Jurídico: Andreas Zavitsanos
    Diretor Institucional: Stayros Kyriopoulos

  • Diretora de Comunicação: Sofia Papaioannou
  • Diretora de Comunicação: Stephanie Daris Yazbek
  • Diretora de Comunicação: Rhariclea Georgopoulos

Conselho Deliberativo

Mesa diretora do Conselho Deliberativo eleita:

  • Presidente: Christos Papaioannou
  • Vice-Presidente: Jorge Apostolopoulos
  • 1º Secretário: Dimitra Apostolopoulou
  • 2ª Secretaria: Domingos Kiriakos Stavridis

Conselho Fiscal

  • Luiz Kastanopoulos
  • Dimitrios Bozinis
  • Arquimedes Georgopoulos

Conselheiros de 2020 a 2024

Conselheiros de 2022 a 2026

Conselheiros Vitalícios

ex-presidentes

conselho-deliberativo

Um pouco mais sobre

a Grécia

A Grécia é uma nação situada no mar Mediterrâneo oriental, na península Balcânica. É reconhecida como a primeira civilização europeia (Minóica), e uma das mais antigas do mundo, sendo uma das poucas a ter sobrevivido com algumas transformações até os dias atuais. Sua capital é a cosmopolita cidade de Atenas, que desde os tempos antigos encanta seus moradores e visitantes com templos de grandiosidade e beleza peculiares, heranças de gênios de diversas ciências como filosofia, medicina, matemática, geometria, astronomia, história, literatura, poesia, música, arquitetura, engenharia, relações políticas, entre outras que floresceram em suas diversas cidades-estado. Por este motivo, a civilização grega é considerada como o berço de toda civilização ocidental. A língua oficial do país é o grego moderno, que difere-se do grego clássico falado na antiguidade, apesar de ter fortes paralelos com este. O Estado grego faz parte da União Europeia e da Zona do Euro. Atualmente existem cerca de 11 milhões de cidadãos na Grécia, e cerca de 9 milhões morando fora da Grécia, entre nativos e descendentes, com documentação grega.

Sua posição estratégica, desde os tempos antigos, a fez palco de cobiça e diversas invasões ao longo dos anos, mas heroicamente os gregos conseguiram firmar sua independência como Estado em 1821, apesar de nunca ter deixado de existir como nação. As primeiras evidências de ocupação humana datam de 270.000 a.C. na Grécia, inclusive o fóssil de um humano moderno mais antigo do mundo fora da África, foi encontrado na Grécia, mas as primeiras civilizações são aceitas para algo próximo a 3.000 a.C; com as civilizações Cicládicas e Minóica, apesar da existência de artefatos pré-cerâmicos de 7.000 a.C; e desde então data a influência da Grécia em toda região em intercâmbio constante com outras civilizações vizinhas, como Egípcios e Fenícios principalmente.

Atualmente é um dos principais destinos turísticos do mundo, que busca a mágica comunhão entre história, belezas naturais, culinária rica, hospitalidade, entre muitas outras características da divertida sociedade grega moderna.